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domingo, 27 de fevereiro de 2011

Moacyr Scliar - oh que delicia de literatura!

Simpático como seus textos...Nos anos 90 do século XX eu frequentava aulas no Laboratório de Línguas da Universidade de Buenos Aires para dar um trato na minha escrita em espanhol...e eis que um belo dia vejo que vai haver um bate papo com escritores brasileiros. Lá fui eu e tive o prazer de escutar o papo gostoso do Moacyr Scliar e de Luís Fernando Veríssimo, não lembro dos demais, sorry...
Eu já gostava muito de ler o Scliar e ter a oportunidade de vê-lo falar de seu trabalho aumentou minha estima e admiração.
Que pena...espero que não tenha sofrido!
http://cultura.estadao.com.br/noticias/literatura,mostra-propoe-passeio-pelas-historias-e-memorabilia-do-escritor-moacyr-scliar,1561198


http://www.scliar.org/moacyr/
http://www.estadao.com.br/noticias/geral,morre-aos-73-anos-o-escritor-moacyr-scliar,685176,0.htm

http://www1.folha.uol.com.br/ilustrada/873009-medico-scliar-publicou-primeiro-livro-em-1971-saiba-mais.shtml

http://zerohora.clicrbs.com.br/zerohora/jsp/default.jsp?uf=1&local=1&section=capa_online

http://www.correiodopovo.com.br/ArteAgenda/?Noticia=262507

Morre o escritor Moacyr Scliar


GRACILIANO ROCHA

DE PORTO ALEGRE (RS)

http://www1.folha.uol.com.br/ilustrada/881692-morre-o-escritor-moacyr-scliar.shtml

Morreu neste domingo (27) o escritor e colunista da Folha Moacyr Sclyar, 73. A morte ocorreu à 1h. Segundo o Hospital das Clínicas de Porto Alegre, onde ele estava internado, Scliar teve falência múltipla dos órgãos. O velório acontece hoje na Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul, em Porto Alegre, a partir das 14h.



O escritor sofreu um AVC (acidente vascular cerebral) isquêmico no dia 17 de janeiro. Ele já estava internado para a retirada de pólipos (tumores benignos) no intestino.
Neco Varella -16.set.2010/Folhapress
Moacyr Scliar morreu aos 73 em Porto Alegre; corpo será velado a partir das 14h na Assembléia do RS
Logo depois do AVC, o escritor foi submetido a uma cirurgia para extirpar o coágulo que se formou na cabeça. Depois da cirurgia, ele ficou inconsciente no centro de terapia intensiva.
O quadro chegou a evoluir para a retirada da sedação, mas no dia 9 de fevereiro o paciente foi abatido por uma infecção respiratória e teve de voltar a ser sedado e à respiração por aparelhos.
Por causa da idade, os médicos evitaram fazer prognósticos sobre a recuperação do escritor.
CARREIRA
Nascido em Porto Alegre e formado em medicina, o escritor e colunista da Folha publicou mais de 70 livros entre diversos gêneros literários: romance, crônica, conto, literatura infantil e ensaio.
Sua obra tem forte influência da literatura fantástica e da tradição judaica.
Integrante da Academia Brasileira de Letras desde 2003, Scliar já recebeu prêmios Jabuti, uma das mais prestigiadas premiações literárias do país, em 1988, 1993, 2000 e 2009.
Entre suas obras mais importantes destacam-se os livros 'A Guerra no Bom Fim', 'O Centauro no Jardim', 'O Exército de um Homem Só' e 'Max e os Felinos'.



CARLOS HEITOR CONY
(folha)
Moacyr Scliar

RIO DE JANEIRO - Ao longo de muitos anos no ofício, raríssimas vezes comentei os livros lançados no mercado editorial. Não faz muito, abri uma exceção para Moacyr Scliar, escrevi sobre seu último romance, "Eu vos abraço, milhões". Partindo de um verso de Schiller na "Ode à alegria", o mesmo poema que Beethoven aproveitou para compor sua "Nona Sinfonia", ele contou a história de uma geração atraída pelas conquistas sociais do comunismo romântico que se espalhou pelo mundo após a revolução soviética de 19l7.

A mesma geração que mais tarde se desencantou e se arrependeu de ter queimado o "Dom Casmurro" -um "romance burguês para burgueses". Uma geração que não chegou a ser perdida, como o próprio Scliar nunca se perdeu em sua honesta e brilhante trajetória humana e intelectual.

A repercussão de sua morte, no último domingo, que continuará por muito tempo ainda, lembrou seus méritos como escritor de primeiríssimo time, dono de uma obra que engrandece o nosso tempo cultural e literário. Para os que conviveram com ele, a perda foi funda e dolorosa.

No meu caso, perdi uma referência afetiva e posso dizer que clínica. Nos últimos anos, ele foi uma espécie de âncora que tomava conta de minha saúde. Ele queria saber tudo, ver os exames que eu fazia, examinar os remédios que me receitavam. Uma amizade mais do que fraterna, quase paternal da parte dele. Embora mais moço, tomava conta de mim -e será difícil, agora, frequentar a ABL sem ele.

Viajamos pelo mundo, Paris, Barcelona, Guadalajara, Buenos Aires, praticamente por todas as capitais brasileiras, era impressionante a maneira modesta, mas eficiente que sabia usar com os diversos auditórios que o buscavam. Valeu, Scliar, valeu muito, valeu tudo.